Só quando fecho a porta o dia acaba e a noite surge.
E então cai a roupa e arrepio-me e somente assim eu me sinto eu.
Eu não queria mais nada.
Queria só que fosse noite cerrada.
Tempo sem certos nem errados, valores ou compromissos.
Os lábios molhados.
A adrenalina.
O frio que percorre a espinha e ferve ao chegar.
O suor.
O descontrolo.
O doce da saliva, a dor e o travo do sangue.
A dor.
O gozo.
A dor.
O momento em que eu não sou eu.
E sem ser nada, sou livre, sou mais eu do que nunca.
Como pode ser errado?
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