16 de junho de 2015

Uma e cinquenta e sete

E então eu fecho a porta.

Só quando fecho a porta o dia acaba e a noite surge.
E então cai a roupa e arrepio-me e somente assim eu me sinto eu.

Eu não queria mais nada.
Queria só que fosse noite cerrada.

Tempo sem certos nem errados, valores ou compromissos.

Os lábios molhados.
A adrenalina.
O frio que percorre a espinha e ferve ao chegar.

O suor.
O descontrolo.

O doce da saliva, a dor e o travo do sangue.

A dor.
O gozo.

A dor.

O momento em que eu não sou eu.
E sem ser nada, sou livre, sou mais eu do que nunca.

Como pode ser errado?

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