18 de junho de 2015

Uma e quarenta e um

Tenho marcas na pele.

Manchas. Estrias. Cicatrizes.

Manchas que não eram minhas e se foram instalando. Que cresceram comigo como se me abraçassem, agarrassem ou beijassem o pescoço.

Estrias. Do tempo em que não havia tempo e em que tinha de haver para poder chegar ao fim da luta. Tempo em que a luta pelo sonho foi tão feroz que o corpo se esqueceu dele mesmo. Tempo que chegou ao dia em que rasguei a meta e a pele rasgou-se com ela.

Cicatrizes das pequenas e das grandes guerras. Do primeiro trabalho, do stress que libertei em mim mesma, pela mão da minha primeira grande desilusão.

Tenho marcas na pele.

Tenho marcas que se instalam em mim sem remédio e que, mesmo que eu queira, não me deixam esquecer.

Marcas que são defeito.
Marcas que são orgulho..
Marcas que na sua fealdade são o mais belo que há em mim.

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