12 de maio de 2013

Zero e vinte e um

Não preciso que me entendas.
Não preciso que te acalmes, que sossegues e voltes a ser o mesmo de sempre.

Não. Eu preciso de ti assim.
Da tua raiva, da tua revolta, cheio da adrenalina que te tolda os movimentos e te faz perder o controlo sobre ti mesmo.

Fode-te.
Grita comigo, empurra-me, enerva-me!
Faz-me largar uma lágrima, cerrar os dentes, fechar o punho e bater-te no peito com toda a força que me resta. Leva-me assim contra a parede e perde-te comigo. Liberta-te comigo.

Passa-te e fode-me.
Ou acalma-te e beija-me.

Mas ama-me. Estava cansada da tua apatia.

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